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  • Foto do escritorRodolpho Hoth Hoth

Companheiro X Companheiro. Execuções confessas pelo último Comandante da Guerrilha no Brasil.

"A face oculta da Guerrilha Brasileira".


Declaração polêmica de Bolsonaro ressuscita o tema dos Justiçamentos praticados pela Guerrilha Brasileira, quando julgamentos sumários dos Tribunais de Guerrilha, sem direito à defesa, determinavam a execução de companheiros considerados traidores.


Após Bolsonaro ter dito: “um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”; acrescentou que Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz, teria sido morto pelo “grupo terrorista” Ação Popular do Rio de Janeiro, vítima de um justiçamento e não pelos militares.


Com essa "versão" não oficial e não comprovada do desaparecimento Fernando Santa Cruz, à época integrante do movimento Ação Popular, Bolsonaro ressuscita o tema dos chamados "Justiçamentos".


O justiçamento era a prática de julgamento e eliminação de pessoas consideradas traidoras de movimentos revolucionários. Geralmente se iniciava com uma denúncia dos próprios companheiros contra o que seria justiçado. Caso considerado culpado pelo grupo, o acusado era executado. Assim, os tribunais revolucionários dos “companheiros” decretaram a pena de morte de alguns de seus pares.

No vídeo abaixo, Carlos Eugênio Paz, codinome Clemente, último comandante militar da organização de extrema-esquerda Ação Libertadora Nacional (ALN), confessa a prática da execução de companheiros julgados traidores.



Obs.: Carlos Eugênio Paz faleceu no último 29 de Junho.


Abaixo relação de terroristas mortos por seus próprios “companheiros”, conforme está sintetizado no site “Quinto Poder”:

1 – Antonio Nogueira da Silva Filho, da VAR-Palmares, condenado ao “justiçamento” em 1969 (a sentença não foi efetivada por ter o “condenado” fugido para o exterior);

2 – Geraldo Ferreira Damasceno, militante da Dissidência da VAR-Palmares (DVD), “justiçado”em 29 de maio de 1970, no Rio de Janeiro;

3- Ari Rocha Miranda, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), “justiçado” em 11 de junho de 1970, por seu companheiro Eduardo Leite, codinome “Bacuri”, durante uma “ação”, em São Paulo;

4 – Antonio Lourenço, militante da Ação Popular (AP), “justiçado” em fevereiro de 1971, no Maranhão;

5 – Márcio Leite Toledo, da Ação Libertadora Nacional (ALN), “justiçado” em 23 de março de 1971 (ver primeiro parágrafo);

6 – Amaro Luiz de Carvalho, codinome “Capivara”, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário(PCBR) e, posteriormente, do Partido Comunista Revolucionário (PCR), “justiçado” em 22 de agosto de 1971, em Recife, dentro do presídio onde cumpria pena;

7 – Carlos Alberto Maciel Cardoso, da Ação Libertadora Nacional (ALN), “justiçado” em 13 de novembro de 1971, no Rio de Janeiro;

8 – Francisco Jacques Moreira de Alvarenga, da Resistência Armada Nacionalista (RAN), “justiçado” em 28 de junho de 1973, dentro da Escola onde era professor, por um comando da (ALN). Maria do Amparo Almeida Araujo, então militante da Organização e, bem mais tarde, presidente do “Grupo Tortura Nunca Mais”, em Pernambuco, participou dos levantamentos que permitiram a realização do referido “justiçamento”. Hoje, em depoimento no livro “Mulheres que Foram a Luta”, do jornalista Luis Maklouf de Carvalho-1998, ela declara não saber quem realizou a ação, embora seja evidente que, para que o “justiçamento” pudesse ter sido realizado, ela devesse ter passado este levantamento para alguém;

9 – Salatiel Teixeira Rolins, do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), “justiçado” em 22 de julho de 1973 por militantes da Organização. Segundo Jacob Gorender, que em 1967 foi um dos fundadores do PCBR, em seu livro “Combate nas Trevas”, os assassinos não poderiam intitular-se “militantes do PCBR”, pois nessa época o “o PCBR não mais existia”.


Sim, embora a execução de guerrilheiros por seus próprios companheiros seja uma realidade na história do Brasil, dados oficiais, revelam que Fernando Santa Cruz morreu em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro.


Na tarde de hoje, Felipe Santa Cruz foi ao STF para pedir que Bolsonaro explique suas declarações.


Rodolpho Hoth Hoth

www.fatosverdades.com


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